“SACODE A SAIA QUE CHEGOU O JABUTI BUMBA”
Na
noite de domingo, dia 18 de março de 2012, depois de passar meu domingo
corrigindo a parte gramatical de dois textos de TCCs, fui descansar olhando o
Facebook e o que vejo? Fotos e anúncios de que o Jabuti Bumba acabara de se
apresentar no teatro Hélio Melo, este grupo maravilhoso de dança, que a colega
militante, a guerreira Eurilinda Figueiredo tinha contado para nós que, desde
04 de março, estão se apresentando
nos finais de semana – abrindo mão da vida pessoal – para levar ânimo, alegria
e saúde para crianças, jovens, homens e mulheres desabrigado(as) pela cheia do
rio Acre. Como na foto abaixo, com as crianças do SESC.
Falando
da história deste grupo musical, o Jabuti Bumbá nasceu em 2005, pelas mãos
organizadoras dos irmãos e artistas Silene, César, e Cícero Farias, um folguedo
popular que mescla influências do Maracatu do Maranhão, do Boi-Bumbá dos Parintins de
Manaus, das Pastorinhas, da Catira, do Vira e Cacuriá. Fazendo pesquisa na
NET, quem gosta de pesquisas pode encontrar vários blogs que já noticiaram
sobre o Jabuti, como a poeta Walquíria Raizer, em 2007 e Altino Machado, em
2006.
Os
dançarinos do grupo têm um figurino com adereços, enfeites e vestidos de chitas
e fitas coloridas, colares de sementes, cuias e
coroas... As músicas são bem alegres, ritmadas,
com marcação cadenciada, cujas letras fazem referência àquela planta que dá
origem a ayahuasca, bebida do Santo Daime. Dá gosto ver e ouvir as
apresentações primorosas...
Walquíria Raizer, em seu blog, nos conta que as coreografias
e as músicas do Jabuti-Bumbá se baseiam em passos do bailado do Daime, são
criadas e recriadas pelos próprios brincantes do Jabuti, a cada encontro. O
grupo contava com quatro puxadores e trinta brincantes permanentes em 2007.
Porque o Jabuti Bumbá apareceu? Porque foi
criado? Quais são seus propósitos?
Antes de mais nada, é preciso saber que o Jabuti
é um símbolo de resistência - por ter um casco grosso e viver em média 80 anos.
Por ser então um ser de vida tão longa entre os animais, o jabuti tem como
inimigo declarado os destruidores da floresta. Por sua lentidão em se locomover,
o pobre animal, juntamente com o bicho preguiça, tem sido uma das maiores
vítimas das queimadas na floresta.
No imaginário popular, nosso jabuti guerreiro povoa
as histórias como personagem vitorioso nos embates com a onça ou nas corridas
com o coelho, famoso pela velocidade. Sendo assim, ele se torna no Jabuti Bumbá
uma forma de resistência à destruição ambiental que sofremos aceleradamente nas
duas últimas décadas. O Jabuti Bumba é uma voz de protesto, de luta pela
diversidade e proteção da floresta, a favor da preservação de plantas, flores,
árvores e animais silvestres, contra a devastação das matas para a criação
dos grandes pastos de boi. Em vez de boi, somos o Jabuti bumbá, é o Jabuti e
não o boi o nosso grande símbolo, do Acre. Boi lembra pastos, Jabutis lembram florestas, selva, mata...
O grupo Jabuti-Bumbá utiliza vários instrumentos musicais bem sonoros,
tais como a sanfona, a zabumba, o tambor e os maracás – instrumentos feitos de
lata, parecidos com um choqualho, deixando o som marcado e ritmado como na
festa do Boi Bumbá, com estilo folclórico e música regional.
O Jabuti-Bumba já se apresentou
em diversos encontros de cultura popular por este Brasil imenso, tendo sido
convidado pelo MINC, para desfilar e dançar na posse da presidente Dilma
Roussef, em janeiro de 2011. A família Farias, criadora e
incentivadora do Jabuti Bumba, tem referências rurais em suas raízes
nordestinas. Na família, é grande a presença de artistas natos, dentre eles poetas, artistas plásticos, teatrólogos, artesãos, ourives,
professores e sociólogos. Destarte, a trajetória dos Farias é marcada
por um envolvimento peculiar e frequente com os movimentos culturais e
agitações folclóricas/teatrais, na cidade de Rio Branco. Por ser mulher, destaco Silene Farias, autora de lindo poemas regionais...
Quem quiser conhecer mais, pode olhar vídeos curtos no You Tube, pode
visitar a página do grupo no Facebook e melhor que tudo, ir prestigiar as
apresentações do grupo, por diversos lugares de nossa linda e pitoresca Rio
Branco. Visitem os links abaixo:
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